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Programa evita perda de 9,7 bilhões de litros de água em três anos
Substituições de redes e de hidrômetros e pesquisa de vazamentos noturna são as principais ações responsáveis por evitar o desperdício
Reduzir as perdas reais e
aparentes na captação e distribuição de água é um dos trabalhos que foram
intensificados pelo Samae no município. Dentro do programa, uma série de ações
foram implantadas, como a substituição de redes, troca de hidrômetros e a busca
constante por vazamentos, visando a melhoria contínua no serviço prestado à
população, de forma eficiente e qualificada, com sustentabilidade e
responsabilidade socioambiental. Com esse trabalho, cerca de 9,7 bilhões de
litros água deixaram de ser captados nos últimos três ano. Dessa forma, o Samae
economizou, aproximadamente, R$ 43 milhões em tratamento.
Conforme o diretor-presidente
da autarquia, Gilberto Meletti, um dos principais desafios de todas as unidades
de saneamento do país é a redução da perda de água no caminho percorrido da
estação de tratamento até as casas dos usuários. “O controle de perdas de água
é um desafio contínuo que requer a implementação de ações sistemáticas e
persistentes, não sendo apenas uma tarefa pontual, mas um processo dinâmico que
exige atenção constante e a aplicação de estratégias. Com o passar do tempo, a
infraestrutura envelhece, surgem novos vazamentos, os hidrômetros perdem
precisão e as irregularidades aumentam, exigindo constante investimento”,
detalha.
Dentre as ações realizadas
estão: instalação de novas válvulas reguladoras de pressão em pontos
estratégicos; incremento de tecnologia na operação de equipamentos; estudos
para otimização dos setores de abastecimento; otimização das pressões nas
redes; combate às fraudes e furtos de água; substituição de hidrômetros;
expansão da pesquisa ativa de vazamentos; substituição de tubulações antigas; e
instalação de novos distritos de macromedição e controle.
Basicamente, as perdas de
água nos sistemas de abastecimento correspondem à diferença entre o volume
total de água produzido nas estações de tratamento e a soma dos volumes medidos
nos hidrômetros instalados nos imóveis dos usuários. A média do volume de perda
anual da autarquia vem em decrescente, sendo que em 2020 estava em 49,90% e, em
2021, 48,40%. Em 2022, o percentual baixou para 46,64%, sendo que no último
trimestre a média ficou em 43,92%. Já no último ano, em novembro, a perda
reduziu para 36,15%, menor registrado desde 2021, quando as ações começaram a
se intensificar.
“O indicador de perdas de
água é tradicionalmente expresso como um percentual geral, que está sujeito a
flutuações devido a diversos fatores, como comportamento de consumo e
ocorrências pontuais, não sendo, portanto, a única métrica para avaliar as
perdas de água e, consequentemente, a eficiência do sistema”, explica Raquel
Samara Lemos Giacomin, engenheira ambiental e operadora de estação.
Nesse sentido, de acordo com
o levantamento realizado, em 2020, as 5 ETAs (Samuara, Borges de Medeiros,
Celeste Gobbato, Morro Alegre e Parque da Imprensa) produziram 1.409 litros de
água por segundo. Em 2023, 1.346 L/s foram tratados. Observou-se que não
houve redução no consumo, mas, mediante o trabalho feito, foi possível retirar
menos água dos mananciais, em uma economia de 63 L/s. Em volume, esse número
representa mais do que a vazão que sai da ETA Borges de Medeiros para abastecer
a área Central da cidade que possui 1.948 ligações.
Nos últimos três anos, a
Superintendência Comercial substituiu 55.787 hidrômetros que já estavam com
mais de 5 anos de uso e apresentavam falhas na marcação do consumo. Meletti
também cita importantes investimentos na substituição de adutoras e na
ampliação do abastecimento para o interior. “Muitas vezes as pessoas se incomodam
com os transtornos causados pelas obras, mas não avaliam os benefícios. Apenas
no interior, implantamos, em três anos, 153km de redes. Está em andamento a
substituição da adutora Tronco–Sul, que irá atender mais de 170 mil pessoas, de
17 bairros. Uma rede antiga, de fibrocimento, que quebrou inúmeras vezes no
último ano. Então, são diversas melhorias que, com planejamento estratégico,
farão esse número reduzir ainda mais”, planeja.
A busca por vazamentos com
uso de um equipamento chamado geofone, que identifica vazamentos ocultos no
subsolo com ajuda do som, também vem contribuindo com a redução das perdas. A
tecnologia é acompanhada do diálogo com a comunidade: a orientação dada à
população é para que sempre entre em contato com a empresa tão logo um
vazamento seja identificado. “Dessa forma, as equipes conseguem responder ao
chamado com mais agilidade, estancando os vazamentos no menor tempo possível”,
descreve Meletti.